SERÁ, PRESIDENTE?: Bolsonaro diz que ‘falta humildade’ a Mandetta e que ‘nenhum ministro é ‘indemissível’

O presidente Jair Bolsonaro Foto: Arquivo Extra

GUILHERME CAETANO

O presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta quinta-feira que nenhum de seus ministros é ‘indemissível’. Bolsonaro falava da atuação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, quando disparou:

– Olha, o Mandetta já sabe que a gente esta se bicando há algum tempo. Não pretendo demiti-lo no meio da guerra. Em algum momento ele extrapolou. Respeitei todos os ministros, ele também. A gente espera que ele dê conta do recado. Tenho falado com ele. Ele está numa situação meio… Se ele se sair, bem, sem problema. Nenhum ministro meu é indemissível – disse Bolsonaro, em entrevista a rádio Jovem Pan.

Bolsonaro disse que, “em alguns momentos”, Mandetta teria que “ouvir um pouco mais o presidente da República”.

– Ele (ministro) tem responsabilidade, sim. Ele cuida da Saúde, o Paulo Guedes cuida da Economia, e eu entro aqui no meio para cuidar das duas áreas – disse.

Em seguida, reforçou não ter nenhum problema com o ministro da Economia, mas disse que “Mandetta quer fazer a vontade dele muitas vezes”. E emendou:

– Pode ser que ele esteja certo – disse, reforçando, porém, que “falta humildade” ao ministro da Saúde.

O desalinhamento entre Mandetta e Bolaonaro tem se intensificado nos últimos dias. Na última terça-feira, o presidente se reuniu com médicos para conversar sobre estudos sobre a cloroquina, que Bolsonaro tem tratado como uma possível solução para o Covid-19, sem a presença do seu ministro da Saúde. Mandetta soube por meio de médicos do convite para o encontro. Mais tarde, o ministro citou “critérios políticos” ao comentar sua ausência do planejamento.

Em outro revés para a autonomia do ministro da Saúde no enfrentamento à crise, Jair Bolsonaro decidiu acabar com as entrevistas coletivas concedidas diariamente pela equipe da pasta. Com isso, os anúncios do governo federal, inclusive os da área da saúde, foram concentrados no Palácio do Planalto, também como uma forma de transmitir a imagem de união entre saúde e economia.

A Casa Civil e a Presidência da República encaminharam essa determinação para todos os ministérios, numa tentativa de “alinhar a narrativa” do governo federal em torno do tema. Por isso, a decisão foi de concentrar os anúncios na figura do presidente.

Jair Bolsonaro aproveitou para acenar aos evangélicos na entrevista desta quinta-feira. Ele lembrou ser católico e sua esposa, Michelle Bolsonaro, ser evangélica antes de pedir que a população fizesse jejum para ajudar no combate ao coronavírus.

– Um pedido aqui, um dia de jejum para quem tem fé, em nome de que o Brasil fique livre desse mal – disse ele. #Política

EXTRA

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