RELATÓRIO: Governo Bolsonaro reduz publicidade na Globo para priorizar SBT e Record, aponta TCU

O jornal Folha de S. Paulo obteve um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) que demonstra como o governo Bolsonaro (PSL) mudou a forma de distribuição das verbas publicitárias para as TVs abertas, reduzindo a publicidade na Globo a fim de destinar os maiores percentuais de recursos para Record e SBT, emissoras que são consideradas aliadas ao governo.

Globo tem sido alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro desde o período eleitoral. No último mês, o presidente chegou a gravar uma live com duras críticas à emissora, após o Jornal Nacional ter veiculado uma reportagem que associava o seu nome ao caso Marielle.

O TCU reuniu os dados que requisitou à Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) com o objetivo de subsidiar um processo aberto a partir da representação do Ministério Público de Contas para analisar se os recursos estavam sendo distribuídos com critérios políticos.

O relatório foi concluído no dia 31 de outubro e demonstrou uma redução de 22,8% nos recursos destinados a Rede Globo. Em 2018 a emissora recebeu 39,1% do total, despecando para 16,3% em dados parciais de 2019. Já a Record passoude 31,1% em 2018 para 42,6% em 2019. O SBT também registrou aumento, de 29,6% para 41%. A publicidade veiculada pelo governo federal obdece uma instrução normativa que prevê a audiência como um critério para a compra de mídia. Também são levadas em consideração outras características das emissoras, como o perfil e o alcance no país, além dos segmentos populacionais atingidos.

Segundo dados do Ibope, entre janeiro e outubro de 2019 a Globo aparecia como líder nas 15 principais regiões metropolitanas do país, obtendo 33,1% de audiência contra 14,5% do SBT e 13,1% da Record.

Os auditores do TCU querem que, em 15 dias, a Secom apresente quais foram os critérios escolhidos para justificar a distribuição da publicidade governamental.

Em resposta ao jornal Folha de S. Paulo, a Secom afirmou que os critérios “ependem dos objetivos de campanha e não necessariamente são representados pelos índices de participação de audiência, visto se tratar de informação modulada a partir do público-alvo a ser impactado com a publicidade e da cobertura geográfica”. #Política

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

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