POLÍTICA: Quais as razões do Gaeco para apresentar a 21ª denúncia contra Ricardo e família?

Qual o significado da 21ª denúncia encaminhada à Justiça pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) contra o ex-governador Ricardo Coutinho e família como resultado de investigações da Operação Calvário?

Por que a denúncia contra irmãos, cunhado, sobrinho e afins? Eis a maior curiosidade.

Destrinchando: o Gaeco pediu a condenação do ex-governador e dos irmãos Coriolano Coutinho, Viviane Coutinho, Valéria Coutinho e Raquel Coutinho. Além do núcleo familiar fraternal, pediu ainda a condenação de Breno Dornelles Pahim Filho, marido de Raquel e, portanto, cunhado de Ricardo; de Breno Dornelles Pahim Neto, que se supõe seja filho de Raquel e sobrinho do ex-governador e Denise Krummenauer Pahim, cunhada de Raquel.

Essa nova denúncia do Gaeco parece significar o coroamento da Operação Calvário. Parece tentar responder a pergunta de muitos e um argumento de defesa apresentado algumas vezes pelo ex-governador Ricardo Coutinho: se houve tanto desvio de recursos públicos (R$134,2 milhões, apontados em denúncias anteriores), para onde foi o dinheiro? O ex-governador já chegou a dizer que não possuía bens ou dinheiro.

O Ministério Público tenta, então, nesta 21ª denúncia, provar que pelo menos parte do dinheiro supostamente desviado dos cofres públicos tinha por finalidade garantir a estabilidade financeira da família e longa permanência no poder. O objetivo da ação criminosa seria desviar e ocultar recursos públicos de contratos na Saúde e na Educação.

Na denúncia, o Ministério Público chega a elencar bens e negócios da família Vieira Coutinho resultantes dos desvios de recursos: sociedade em empresas, empreendimentos imobiliários, aquisição de apartamento em Fortaleza, investimentos em fazenda em Bananeiras, apreensão de dinheiro em moeda estrangeira (dólar), aquisição de bovinos, equinos e caprinos e pagamento de alta quantia em sociedade de empresa.

A denúncia pede que os acusados sejam condenados a devolver à título de reparação o valor de R$3,3 milhões. É pouco diante do montante supostamente desviado, mas é o que parece ter sido apurado em nome ou na posse dos acusados e outros envolvidos.

Observe-se que os acusados ainda vão apresentar defesa, mas, com essa nova denúncia, o Gaeco tenta ligar todos os fios da Operação Calvário e mostrar onde estaria o produto dos desvios na gestão Ricardo Coutinho. A batalha agora é na Justiça.

Josival Pereira 

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