OSCAR 2019: Associação de Diretores de Fotografia condena Academia por categorias não televisionadas

LAYSA ZANETTI

A confusão não acaba no entorno desta que deve entrar para a história como a edição mais conturbada do Oscar — isso apenas dois anos após a gafe de La La Land e Moonlight. Após a resposta do presidente de Academia John Bailey para a carta assinada pelos membros votantes (incluindo Quentin TarantinoMartin ScorseseGuillermo del ToroAlfonso Cuarón), chegou a vez da Associação de Diretores de Fotografia (ASC) fazer sua pressão contra a ideia de apresentar quatro categorias (Fotografia, Montagem, Cabelo e Maquiagem e Curta Documentário) nos intervalos comerciais da cerimônia, no próximo dia 24 de fevereiro.

A respeito da última declaração dos produtores, a declaração da ASC argumenta (via The Hollywood Reporter): “O ato de entregar certos prêmios durante o intervalo comercial, e depois exibir esse conteúdo ao próprio critério é, certamente, apresentar estas categorias sob uma luz menor em relação àqueles sendo honrados ao vivo sob os holofotes do palco principal.”

Ainda de acordo com a associação, é falsa a afirmação de que a categoria se voluntariou para ser apresentada no intervalo. “Parece que quase ninguém sabia muita coisa sobre isso, ou sequer nossos membros foram consultados ou permitidos em fazer parte dessa tomada de decisão.”

A carta é finalizada com um apelo: “A missão da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas é nos representar e honrar nossas conquistas. Por favor revejam esta decisão, sejam fiéis à missão, e honrem todos os cineastas na transmissão principal, como a Academia vinha fazendo no passado.”

ENTENDA A POLÊMICA

Apesar de já ter anunciado há alguns meses que apresentaria algumas categorias durante os intervalos comerciais, foi apenas na última segunda-feira (11) que a Academia, através do presidente John Bailey, formalizou quais seriam as “contempladas” da edição 2019. Segundo a carta aberta enviada à imprensa e aos votantes, todo ano serão escolhidas de 4 a 6 categorias diferentes que deverão ficar de fora da cerimônia principal.

Após vários votantes terem reprovado a decisão nas redes sociais, o grupo enviou uma carta aberta à AMPAS pedindo que a decisão seja repensada. Assinada por dezenas de cineastas, diretores de fotografia e montadores, a carta afirma, em um dos trechos:

“Relegar estas artes essenciais à produção do cinema a um status menor na cerimônia do 91º Academy Awards é nada menos do que um insulto a todos nós que devotamos nossas vidas e paixões a esta profissão escolhida.

O diretor do programa, Glenn Weiss, afirmou que ele vai determinar quais momentos de ‘ressonância emocional’ dos discursos dos quatro ganhadores serão selecionados para irem ao ar posteriormente. O show vai cortar qualquer comentário adicional de apresentadores, bem como qualquer declaração dos indicados como bem querem.

Consideramos esta abreviação e potencial censura contrária ao espírito da missão da Academia.”

Após isso, os líderes da Academia continuarem defendendo a decisão, chegando a acusar a imprensa de reportar falsas informações: “Infelizmente, como resultado de matérias incorretas e publicações nas mídias sociais, houve uma corrente de desinformação que entristeceu muitos membros da Academmia. Gostaríamos de reafirmar e explicar os planos para a apresentação dos prêmios, como endossados pelo quadro de governadores da Academia.”

Além da ASC, uniram-se ao coro a sociedade Montadores de Cinema norte-americanos e a Associação de Montadores Cinematográficos. “Pedimos respeitosamente que a Academia e a ABC por favor considerem uma alternativa a esta decisão e honrem igualmente as pessoas que de fato fazem os filmes.”

ADORO CINEMA

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