A manchete da ‘imprensa aliada ao Governo’ diz que o Orçamento Democrático Estadual teve público recorde no último sábado (18), em Guarabira (PB). E isso, conforme o secretário Célio Alves, foi uma resposta do povo à “gangorra familiar” (Paulino e Toscano) – ‘gangorra’ que ele e os demais dissidentes das duas forças políticas da cidade – que hoje integram o agrupamento girassol – ajudaram na alternância de poder ao longo de quase 50 anos.
Outro trecho da matéria, reproduzida, sobretudo, em sites, blogs e por comunicadores pagos pelo Governo do Estado, diz que a população compareceu em massa. População de onde? O texto não deixa claro. Alguém acredita que o público de quase 4 mil pessoas, com 2.842 inscritos, corresponde, apenas, a Guarabira? Lógico que não! As audiências são divididas por distritos. Cada cidade sede, portanto, recebe ‘caravanas’ da região correspondente.
Uma observação: O site Fato a Fato, do jornalista Antônio Santos, traz uma nota interessante dando conta de que um integrante do PSB divergiu dos números divulgados pela mídia oficial da ODE. A fonte disse que “é quase impossível o ginásio do Colégio Estadual receber 4 mil pessoas. “Se o Estádio Silvio Porto, quando cheio, não passa de 2.500 torcedores, como é que num espaço muito menor se reuniu 4 mil? Isso é balela”, disse.
Perguntar não ofende: quantos que estiveram no evento não têm contracheque no Estado, não foram ‘forçados’, mas compareceram por convicção e prazer? Há quem não tenha mala de dinheiro para investir numa campanha, mas cargos no governo influenciam muito, ou não? Então… É certo que “os cargos” não foram suficientes para garantir um assento na Assembleia Legislativa da Paraíba ao candidato a deputado estadual pelos girassóis nas eleições de 2018.
Em relação ao aumento de participantes no OD de Guarabira, isso também se dá graças ao trabalho de lideranças comunitárias e políticas – e lideranças políticas com mandato, inclusive -, como o vereador Marcelo Bandeira (PSB), por exemplo. Ele tem forte atuação na zona rural de Guarabira. E votos! O parlamentar, no entanto, por divergir do pensamento de um líder sem mandato, vem sendo atacado por girassóis e foi até convidado a deixar o partido.
Em entrevista ao radialista Raelson Galdino, no último domingo, Marcelo Bandeira expressou que o atual diretório provisório do partido não tem poder para tirá-lo do PSB e que ele continuará divergindo. “Vão ter que me engolir”, garantiu o vereador.
Bandeira reforçou ainda que essa história de quebrar a “gangorra” é uma ‘balela’. “Isso é guerra pelo poder”, afirmou. Mas insistiu que ‘os girassóis’ – como soma de partidos aliados – têm condições de crescer, ganhar musculatura e chegar ao poder em Guarabira.
Para tirar o vereador Marcelo do partido, a diretoria do PSB precisa de um motivo que justifique. E ‘divergência de opinião’ não seria o suficiente. “Eu vou continuar sendo oposição dentro do PSB. E o que estão fazendo com meu povo, com minhas poucas indicações, eu não aceito”, alertou.
De um lado, há ex-vereador do agrupamento girassol dizendo que Marcelo Bandeira “é um peixe fora d’água” e que está fora do projeto político do PSB para Guarabira. “Não contamos mais com ele. É página virada”, disse Beto Meireles ao Blog do Galdino. Do outro, mais um auxiliar do Governo declarou que o presidente da Câmara deveria “enrolar a bandeira e tirar a máscara”. “(Ele) está a serviço das oligarquias que combatemos”, disse Gilson Cândido a um site local.
Observe que no ‘jardim dos girassóis “NUTELA”’ o discurso é o mesmo – unilateral -, nas redes sociais – onde os aliados dão Ctrl C/ Ctrl V no texto do líder e postam em seus perfis; e contra quem ousar pensar diferente da liderança. Tem sido assim desde a posse da diretoria provisória do PSB de Guarabira. E continuará sendo – pelo menos enquanto o governador João Azevedo não deixar claro ‘quem sai ou quem fica tomando conta do jardim’: o “PSB RAIZ” ou o “NUTELA”.
Ops! Explico. PSB RAIZ é o da época de Nana Rodrigues, Adrianos Dias, Gilberto Freitas, Rúbens Fernandes, Raminho Talibã e outras lideranças, abertos ao debate e alinhados com a legenda, que defendiam Ricardo Coutinho antes dele chegar ao poder estadual. Já o PSB NUTELA, conforme os mais criativos nos grupos de Whats, é o lado da “agressão”, da vaidade e do oportunismo político, formado por dissidentes de Paulino e Toscano, duas famílias que merecem respeito.
E por falar em Nana Rodrigues, ela respondeu às declarações de Beto Meireles e Gilson Cândido. Defensora declarada da ‘quebra da gangorra política na cidade’, Nana disse, considerando a fala de Meireles, que “um verdadeiro cardume está sendo escanteado”.
“São dezenas e dezenas de filiados e militantes do partido, como eu que tenho 24 anos de filiação ao PSB e que estou sendo excluída das discussões, deliberações do partido”, revelou.
Para a socialista, de acordo com postagem do Blog do Galdino, “o grupo de Célio e o próprio Célio não querem quebrar a gangorra coisa nenhuma, apenas perseguem quem está no próprio grupo e fecha as portas para quem tenta somar com o partido.”
No texto publicado no blog, Nana Rodrigues afirma que ela e outros estão sendo privados do exercício partidário – quando a direção local realiza reuniões, não os convoca. E desafiou:
“Desafio a direção provisória do PSB a mostrar uma única convocatória expedida para reunião da Comissão Provisória do PSB ou reunião ampliada com os filiados realizadas de 2016 para cá. Desafio a mostrarem uma única ata lavrada neste período.”
“Dizem que a política é a arte de somar”. Mas no grupo liderado por Célio Alves – sujeito bastante inteligente -, e que fora definido como “grupo capenga” pelo vereador Marcelo Bandeira, acontece justamente o contrário: ao invés de somar, o pessoal está subtraindo, abrindo mão de lideranças que, comprovadamente, têm voz e voto. Marcelo Bandeira e Nana Rodrigues têm razão.
Os Meireles e Gilson Cândido já escolheram de que lado estão. E você, de que lado vai ficar: do ‘GIRASSOL RAIZ’ ou ‘NUTELA’? Faça sua escolha! Porque do jeito que está esse agrupamento vai seguindo para uma nova derrota em Guarabira – como ocorreu em 2016, para prefeito; e em 2018, para deputado estadual – por falta de votos, coerência e diálogo com o povo. #Opinião
Comente