OPINIÃO: O “centrão” de Guarabira e a política das conexões, não das convicções

A política de Guarabira (PB) não é para amadores. Tem personagens que aparentemente brincam com o povo. E este, infelizmente, faz de um assunto sério uma “brincadeira”. Na eleição passada, 09 vereadores foram eleitos pela oposição e 06 pela situação para ocupar as 15 vagas do parlamento. Não demorou muito para os 06 virarem o jogo contra os 09 quando fizeram a presidência da Câmara. A oposição, que era maioria, já começou enfraquecida…

Para fazer política em Guarabira é preciso saber jogar. E os veteranos sabem disso. Já de olho no futuro, Marcelo Bandeira, Saulo de Biu, Zé do Empenho e Gerson do Gesso sabem tanto que criaram o G4, um bloco “independente” – uma versão do “centrão” de Brasília na Câmara de Guarabira. Mas quem acredita em “independência” quando o assunto é política? Ou se faz oposição ou é de situação. O que passa disso, segundo alguns analistas, é a política da ‘conveniência’.

A bancada de oposição é minoria. E precisa reagir! Os vereadores situacionistas Wilsinho (atual presidente da CMG) e Raimundo (sucessor) são bons articuladores, tanto que comemoram a adesão de membros do “centrão”: Marcelo Bandeira já aderiu ao projeto de reeleição da deputada estadual Camila Toscano (PSDB); o vereador Zé do Empenho também; Gerson do Gesso, embora não tenha declarado apoio publicamente, aparece em fotos juntamente com o prefeito, além de Saulo de Biu.

O vereador Marcelo, eleito pela oposição, disse que aderiu apenas ao projeto de reeleição de Camila. E parece que Zé do Empenho também. Gerson e Saulo ninguém sabe ainda… Nem se vão aderir e declarar publicamente. Na campanha passada, no entanto, todos eles trabalharam contra o prefeito e candidato de Camila, Marcus Diogo (PSDB), que venceu a eleição.

A pergunta é: como os nobres vereadores vão continuar fazendo oposição ao prefeito Marcus Diogo que é defendido pela deputada a quem eles aderiram e defenderão na eleição do próximo ano, considerando, inclusive, que a gestão municipal vai refletir nas urnas positivamente ou negativamente para a eleição de Camila – como isso é possível?

Outro questionamento que se faz é “em troca de quê os membros do “centrão” estão aderindo? Será que foram por convicção ou houve uma negociação? Na política, como dizia meu professor de geopolítica, “é dando que se recebe”…

Por fim, como disse o jornalista político Sidney Resende em um de seus comentários na CNN, “no Brasil, a política é feita de conexões, não de convicções.” Está aí uma boa explicação para compreender a velha política de interesses que ainda prevalece em Guarabira. #Opinião

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