Depois de lançarem os discos É Ferro na Boneca (1970), pelo selo RGE, e Acabou Chorare (1972), pela gravadora Som Livre, o grupo Novos Baianos – formado por Baby do Brasil, Moraes Moreira, Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor e Pepeu Gomes -, lançou dois álbuns seguidos pela mesma gravadora, a Continental.
Novos Baianos F.C. (1973) e Novos Baianos (1974), este último também chamado de Linguagem do Alunte, seriam os responsáveis por manter o sucesso dos primeiros discos. O disco de 1974, no entanto, teve desempenho abaixo do esperado e acabaria por ser o último – desta fase – com Moraes Moreira, que partiu para carreira solo.
Talvez não tão marcantes quanto Acabou Chorare para o grande público, a dupla de discos pela Continental, porém, não deixa de ser clássica. Depois de mais de 45 anos, os dois ganham uma nova versão e foram relançados juntos, num box, no último dia 22, pela gravadora Warner. O lançamento é exclusivo na versão física.
Intitulado Novos Baianos – Os Anos Continental 1973-1974, o projeto conta com as 10 músicas originais do disco Novos Baianos F.C. e as nove de Novos Baianos. Mas não só isso. Pela primeira vez, algumas faixas raras do grupo, que foram gravadas na época da Continental mas não chegaram a fazer parte dos dois discos originais, se juntam a eles. As músicas são A Minha Profundidade, O Prato e a Mesa, Boas Festas e No Tcheco Tcheco.
O produtor musical responsável pelo novo box, Renato Vieira, comemora o fato de a caixa reunir absolutamente todas as músicas que o grupo gravou sob o selo da gravadora Continental. “A Minha Profundidade e O Prato e a Mesa nunca foram reeditadas em nenhum formato, ficaram restritas ao compacto que a banda gravou para o Carnaval de 73 – com o qual estreou na gravadora”, explica.
Segundo ele, as canções agora podem ser redescobertas. “Estas músicas não ficaram muito conhecidas na época, então é uma oportunidade para fãs e admiradores da música brasileira prestarem atenção nelas”, acredita. “Outros bônus são No Tcheco Tcheco, gravada em compacto para o Carnaval de 1974, e Boas Festas, também lançada em compacto e gravada ao vivo durante apresentação do grupo”.
Para o produtor, a fase dos Novos Baianos na Continental mostra a importância que eles tinham no cenário musical nacional naquele momento. “A Continental acreditou neles e até criou uma empresa, a Sonhos, para gerenciar a carreira”, lembra. “Esses discos são importantes porque mostram o quanto a banda estava integrada e manteve a qualidade que mostrou para o Brasil em Acabou Chorare”.
Tanto para o disco de 1973 quanto para o de 1974, a gravadora alugou fazendas para que os integrantes se reunissem para compor. Para o primeiro, em Jacarepaguá. Para o segundo, no interior de São Paulo. Apesar do destaque que há, hoje em dia, para Acabou Chorare, Vieira acredita que os discos seguintes mantiveram o legado da banda. “Só eles sabiam fazer tão bem aquela mistura de samba, choro, rock e pop internacional”, analisa.
Para o box com os dois álbuns, as músicas foram remasterizadas, pelo comando de Ricardo Garcia. Já o design gráfico ficou por conta de Leandro Arraes. Além das músicas, a caixa conta com textos falando sobre cada um dos discos. “Fiz uma ampla pesquisa em acervos de jornais da época e em livros para reconstituir como eles foram concebidos”, explica Renato Vieira. “Todos os álbuns estão sendo relançados de maneira idêntica aos lançamentos originais”. Apesar de o box ser exclusivamente físico, A Minha Profundidade e O Prato e a Mesa vão ganhar, também, versões digitais. #Cultura
Box Novos Baianos
CD1 – Novos Baianos F.C.
Sorrir e cantar como Bahia
Só se não for Brasileiro Nessa Hora
Cosmos e Damião
O Samba da minha Terra
Vagabundo não é Fácil
Com qualquer Dois Mil Réis
Os Pingo da Chuva
Quando você Chegar
Alimente
Dagmar
A Minha Profundidade
O Prato e a Mesa
CD 2 – Novos Baianos (Linguagem do Alunte)
Fala Tamborim (Em pleno 74)
Ladeira da Praça
Eu sou o caso deles
Miragem
Isabel (Bebel)
Linguagem do Alunte
Ao Poeta
Reis da Bola
Bolado
Boas Festas
No Tcheco Tcheco
O POVO/ AGÊNCIA ESTADO
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