Para uma claque de apoiadores no Paraná, o ex-presidente Lula disparou contra os principais adversários, contra o Congresso e contra privatizações reais e imaginárias, citando nominalmente a Petrobras e os Correios, que nunca saíram do papel. Aos 76 anos, Lula quer ressuscitar embates ideológicos dos tempos da Guerra Fria enquanto levanta bandeiras antidemocráticas e chavistas como “regular a mídia”.
Sem a menor cerimônia, o ex-presidente diz que a Petrobras será “devolvida ao povo”. O Brasil sabe exatamente o que isso significa para o petista, que passou 580 dias preso por conta de decisões ligadas a alguns dos maiores escândalos da história do país e derrubadas por tecnicalidades que nunca negaram (nem poderiam) os crimes cometidos.
Lula conta também com a leniência de parte do eleitorado, como no último levantamento da Genial/Quaest publicado na última semana em que 54% dos que acham que ele foi condenado justamente votarão nele mesmo assim, um resultado que fala mais sobre nós como nação do que sobre os processos em si.