DINHEIRO PÚBLICO: Senado tem fevereiro com maior gasto de gasolina em cinco anos

Bomba de gasolina

Com a disparada no preço dos combustíveis, o Senado Federal registrou, em 2022, o mês de fevereiro “mais caro” dos últimos cinco anos no que diz respeito ao uso da cota parlamentar para abastecimento de carros oficiais. Ao todo, foram despendidos R$ 68.324,03 dos cofres públicos para abastecer os veículos.

De acordo com o Portal da Transparência do Senado, o montante foi utilizado para comprar 10 mil litros, que permitiram aos parlamentares rodar por 71,6 mil quilômetros.

Portanto, os números indicam que, no último mês, os automóveis apresentaram um consumo médio, em quilômetros por litro (km/l), equivalente a 7,17. O que representa desempenho bem abaixo do prometido pelo modelo de automóvel usado pela Casa Alta – o Nissan Sentra SL CVT de 2018.

Segundo sites especializados em vendas de veículos, o modelo em questão apresenta desempenho, em áreas urbanas, de 9,9 km/l, quando abastecidos com gasolina, e de 6,7 km/l, se usado etanol. Em todos os carros oficiais foi usada somente gasolina comum no último mês, conforme aponta o Portal da Transparência do Senado.

Rodando menos, gastando mais

Mesmo tendo sido o “fevereiro mais caro” dos últimos cinco anos, o mês correspondeu ao menor consumo de litros de gasolina comum e à menor quilometragem rodada durante o período entre os anos de 2017 e 2022. Logo, o Senado está gastando mais para rodar bem menos.

Até este ano, fevereiro de 2019 era o detentor da maior despesa para o período já registrada pela Casa. Há três anos, senadores percorreram 133.332 km com os veículos oficiais, correspondendo a um consumo de 14,2 mil litros, que custaram R$ 58.314 aos cofres públicos.

Trata-se, então, de uma despesa R$ 10 mil mais alta, para uma distância que praticamente equivale a menos da metade do contabilizado para o mês em 2019.

Gastos por senador

De acordo com a planilha mensal de despesas com combustível, o senador que mais gastou com gasolina no último mês foi Jorginho Mello (PL-SC). O parlamentar usou R$ 2.058,13 da cota parlamentar para abastecer o tanque de seu veículo oficial.

Apesar do valor elevado, o senador rodou menos que Kátia Abreu (PP-TO), a segunda parlamentar que mais gastou no período. Ao todo, a tocantinense desembolsou R$ 2.057,65 para rodar 150 km a mais que o colega de Santa Catarina.

Na sequência, está o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), com despesa de R$ 1.941 e 1.311 km percorridos.

VEJA TABELA

O senador Romário (PL-RJ) foi quem menos utilizou a verba para abastecimento. Durante todo o mês, o parlamentar carioca pagou R$ 120 para colocar 18 litros de gasolina.

O que dizem os citados

Ao Metrópoles Jorginho Mello afirmou que a despesa decorre da necessidade de sua presença física em reuniões com parlamentares. Ele trabalha para articular a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp).

O liberal defende também ter participado, ao longo do último mês, de encontros para discutir o projeto MEI Caminhoneiro, que permite aos transportadores autônomos de cargas se inscreverem como Microempreendedor Individual (MEI). Mello ainda diz que seu gabinete devolve ao Senado, todo mês, em torno de 60 litros de combustível da cota parlamentar.

Procuradas pela reportagem, as assessorias de imprensa dos senadores Kátia Abreu e Mecias de Jesus não haviam respondido às solicitações até a última atualização desta matéria. O espaço permanece aberto. #Política

METRÓPOLES

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