DIA MUNDIAL DO RÁDIO: Dá para ser diferente e ter mercado sem ‘baixar o nível’ no rádio

Eu gosto de ouvir música no rádio. Notícias também. Gosto de ouvir rádio – em casa e no som do carro, por exemplo. E você? Hoje, porém, eu acredito muito mais no rádio como prestador de serviço – em todos os sentidos. Os tempos mudaram e, com isso, as rádios tiveram e têm de seguir as mudanças. E a estação que não se adaptar corre o risco de ‘ficar para trás’ e fechar as portas, literalmente.

Já se foi o tempo da música no rádio como “produto principal”; quando o locutor anunciava um lançamento e o ouvinte acionava o deck e colocava a fita K7 para gravar após a vinheta. Lembra? Eu fiz muito isso. Não estou querendo dizer, contudo, que as rádios vão ou devam deixar de tocar música. Não. Jamais! Porém, não é como antes. Agora há uma necessidade maior de foco, interação, de ter um público definido.

Eu não me considero especialista em rádio, adianto – minha especialidade será em televisão: telejornalismo, tendo em vista a pós-graduação que faço em João Pessoa (PB). Mas também já tenho um pouco de experiência com rádio – ouço e leio muito sobre o assunto. Também sigo e aprendo com grandes nomes – por exemplo, Julinho Mazzei e Henrique do Valle, dois mestres na arte de comunicar.

Com exceções, para uma emissora conseguir sobreviver apenas como estação musical ela precisa ter tudo muito definido: público, programação, plástica, tipo de promoção (…). É que, diferente do passado, o ouvinte hoje não “depende” do rádio para ouvir um lançamento ou seu hit preferido: ele dispõe da internet – do Youtube (que toca ‘música com imagem’) e, principalmente, dos aplicativos de música.

Eu não sei se você já reparou, que vez por outra nos intervalos da televisão, quando ‘o mercado’ apresenta um artista, o texto do vt sempre termina convidando o expectador a ouvir o trabalho musical daquele cantor (a) ou banda, via streaming (Spotfy, Deezer, Apple Music…), onde se concentra a obra do (a) hitmaker apresentado (a) no comercial. Se você ainda não se ligou nesse detalhe, se ligue.

Perceba que a tevê, com toda sua influência, está induzindo o expectador a ouvir música via apps. Não é o fim do rádio, mas ele deve considerar essas mudanças no mercado e reagir. Há quem ache até que o que é executado em massa no rádio atualmente não passa de uma reprodução do que foi lançado nas plataformas digitais, que têm crescido muito ultimamente. Porém, diferente dos apps, o rádio não é feito só de música.

O rádio é muito mais.

Sobre o IBOPE e aferições afins, eu não sou contra – pesquisas ajudam a conhecer o público, audiência e tal… Os números atraem anunciantes. No entanto, se “todas as rádios” tiverem a mesma tendência de mercado – tocando o mesmo repertório em programação semelhante -, em que serão diferentes, afinal – considerando a influência do streaming junto ao público e que só há um 1º lugar no IBOPE?

“Quando todos pensam da mesma maneira, é porque ninguém está pensando”. Fica a frase do jornalista americano Walter Lippmann, para nossa reflexão.

Outra coisa: não se é líder no IBOPE tocando música, apenas. As pesquisas também mostram isso. A liderança é consequencia de um conjunto de fatores. Assim, então, o que a sua rádio pode oferecer além da música que você toca? Já parou para pensar? Responda, antes de querer fazer a diferença.

Eu admito as ‘fórmulas’. Mas prefiro dar ouvidos a quem tem a mente aberta e coragem para argumentar e questionar sobre uma situação, como fazem o Mazzei e o Do Valle – referências para mim -, que defendem um rádio moderno, com emoção, liberdade, informação, criatividade, expressividade e conteúdo relevante.

Nas redes sociais, esses profissionais estão sempre dando dicas e comentando sobre a ‘mesmice’ no dial brasileiro. Veja o que eles falam nesses vídeos.

A ‘ditadura do tempo’ existe. Como profissional eu lido com ela. E observo que muitas emissoras estão ‘paradas’ no tempo. Perdendo tempo! Quando seus diretores se derem conta, terão de correr para recuperar o tempo perdido gastando mais para estarem acima da média – se quiserem continuar sendo relevantes.

Quem me conhece de perto sabe que gosto de ouvir, discutir e apontar soluções. As vezes sou criticado por ‘pensar diferente’. Respeito os diferentes pontos de vista. E adianto que posso mudar os meus. Mas não vou mudar sem que me convençam.

Se a tendência é ser ‘igual’, eu penso que primeiro a gente tem que ser diferente para fazer a diferença. Hoje é Dia Mundial do Rádio. E se “o rádio é a escola dos que não tem escola”, como disse Roquette Pinto, eu acredito que dá para ser diferente e ter mercado sem ‘baixar o nível’ no rádio. #Comunicação #SintoniaFina #Opinião #Rádio

 

Visualizar esta foto no Instagram.

 

Não dá para imaginar a vida sem ele @ikedacomunicacao @paraibawebradio #diamundialdoradio

Uma publicação compartilhada por Joseilton Gomes (@ikedagomes) em

Compartlhar
Enviar
Twitter
Telegram

Informação é poder. Assine, gratuitamente, a newsletter e receba nosso conteúdo no seu e-mail. Salve este blog entre os seus favoritos, leia e fique por dentro do que você precisa saber.

Se inscreva no canal do Youtube e siga o editor no Twitter, Facebook, Instagram e Threads.