CEO SE DESCULPA POR DIZER QUE MAIS DESEMPREGO AJUDARIA A CONTROLAR FUNCIONÁRIOS

O milionário australiano Tim Gurner, fundador e CEO do Gurner Group, que atua no setor imobiliário, lamentou os comentários que fez nesta semana ao afirmar que o desemprego deveria aumentar para que os funcionários tenham menos “arrogância” e se lembrem de “que eles trabalham para o empregador, e não o contrário”.

O pedido de desculpa ocorre após grande repercussão negativa do caso e declarações de repúdio de autoridades. O vídeo com as falas de Gurner, postado pelo Australian Financial Review, já tem 25,4 milhões de visualizações no X, antigo Twitter.

“Na cúpula imobiliária da Australian Financial Review (AFR) nesta semana eu fiz alguns comentários sobre desemprego e produtividade na Austrália que lamento profundamente e que estavam errados”, escreveu o CEO, em postagem no LinkedIn na quinta-feira (14).

Ele afirmou que os comentários que fez “foram profundamente insensíveis” em relação aos funcionários e às famílias afetados por pressões sobre o custo de vida e a perda de emprego. “Há claramente conversas importantes a ter neste ambiente de inflação elevada, pressões sobre os preços da habitação e dos aluguéis devido à falta de oferta e outras questões de custo de vida”, disse.

O empresário acrescentou que compreende “que, quando alguém perde o emprego, isso tem um impacto profundo sobre eles e sobre a sua família”. “E eu lamento sinceramente que as minhas palavras não tenham transmitido empatia por aqueles que se encontram nessa situação”, concluiu.

Na última terça-feira (12), em participação na cúpula imobiliária da Australian Financial Review, Tim Gurner afirmou que “as pessoas decidiram que elas realmente não queriam mais trabalhar tanto” durante a pandemia de Covid-19, o que teria causado um problema de produtividade, e que o desemprego precisa aumentar de 40% a 50% para que os funcionários se lembrem de seu lugar.

“Nós precisamos ver dor na economia. Nós precisamos lembrar as pessoas de que elas trabalham para o empregador, e não o contrário”, disse. Segundo Gurner, houve uma mudança sistemática e agora funcionários sentem que o empregador é “extremamente sortudo em tê-los, em vez do contrário”.

“É uma dinâmica que tem que mudar, nós precisamos matar essa atitude. E isso tem que vir por meio de machucar a economia, que é o que o mundo está tentando fazer. Governos em todo o mundo estão tentando aumentar o desemprego para trazer isso para algum tipo de normalidade”, declarou.

Ele ainda afirmou que há demissões em massa ocorrendo, o que estaria levando a “menos arrogância no mercado de trabalho”.

Gurner já havia chamado a atenção do mundo anteriormente, em 2017, ao dizer que as dificuldades dos millennials em subir na hierarquia imobiliária poderiam ser atribuídas ao seu amor por torradas de abacate e cafés, afirmando ao 60 Minutes Australia que muitos jovens provavelmente não teriam sua casa própria. “Quando você gasta US$ 40 por dia em abacate amassado e café e não trabalha, claro que não [terá casa própria], com certeza!”, disse. #Geral

R7

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