Em nota enviada à imprensa nesta quinta-feira (27) o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido Socialista Brasileiro (PSB), além do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Marcha Mundial das Mulheres, a Associação Brasileira e Juristas pela Democracia e o Levante Popular da Juventude atacam a Operação Calvário, o desembargador Ricardo Vital e questionam o uso de tornozeleira eletrônica pelos membros da organização criminosa comandada pelo ex-governador e ex-presidiário Ricardo Coutinho (PSB), responsável por desviar milhões da Saúde e Educação estadual.
Confira a nota
NOTA PÚBLICA
Os partidos e entidades da sociedade civil paraibana que subscrevem esta nota dirigem-se ao povo paraibano para expressarem sua estranheza e ao mesmo tempo manifestarem seu protesto e indignação, contra a determinação do Desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, Ricardo Vital, de obrigar os investigados na Operação Calvário a usarem tornozeleira eletrônica, mesmo após o Superior Tribunal de Justiça conceder Habeas Corpus aos mesmos.
Esse ato explicita ainda mais o caráter persecutório que, desde o início,caracteriza a Operação Calvário: prisões cautelares, delações premiadas, vazamentos seletivos para setores da imprensa adversária dos inquéritos contra os investigados, prisões às vésperas do recesso judiciário, com o objetivo de dificultar a reversão da medida, divulgação para a imprensa de trechos de delações em inquéritos que tramitam em “segredo de Justiça”, antes mesmo que seja garantida a defesa destes, o legal acesso a estas deleções premiadas.
O Judiciário cada vez mais vem sendo transformado em aparelho da política, transformando as investigações em espetáculo, destinado apenas a produzir condenações antecipadas, linchamento moral e assassinato de reputações de cidadãos e cidadãs que estão em pleno gozo de seus direitos constitucionais, e que estão sendo tratados de forma ilegal, imoral, aética pelos seus adversários políticos.
Os procedimentos adotados localmente tanto pelo Ministério Público quanto pelo desembargador responsável pela Operação Calvário, são explícitos o suficiente para mostrar que, nessas investigações, o que menos importa é seguir a Constituição, o rito processual dos tribunais e as leis do país, porque foram identificadas ilegalidades cometidas ao longo de mais de um ano de investigações, cujos resultados se resumem a ilações obtidas por delações premiadas adquiridas através de assédios morais e torturas psicológicas, sem a devida prova material.
A última decisão de obrigar os/as investigados/as na Operação Calvário a usarem tornozeleiras eletrônicas é apenas mais um capítulo dessa sequência de persecutórias ilegalidades cometidas no decorrer da Operação. Além de não haver nenhuma justificativa para a medida, a não ser expor os/as atingidos/as à humilhação pública, reforçando ainda mais a percepção por parte da sociedade civil organizada, de que há inaceitáveis motivações políticas e arrivista que movem a Operação Calvário!
João Pessoa, 28 de Fevereiro de 2020.
ASSINAM
Partido dos Trabalhadores – PT
Partido Comunista do Brasil – PCdoB
Partido Socialista Brasileiro – PSB
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST
Marcha Mundial das Mulheres
Associação Brasileira de Juristas pela Democracia/PB
Consulta Popular
Levante Popular da Juventude
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