Estagnação à frente?
Mas agora tudo depende de como a situação se desenvolverá na Alemanha, disse Jessica Hinds, economista de assuntos europeus da Capital Economics. Ela acha que é “plausível” que a Europa possa estagnar no final do ano se sua maior economia entrar em um bloqueio.
“Provavelmente veremos algum impacto na atividade econômica, enquanto o número crescente de casos deixa os consumidores mais temerosos e os governos exigem a aprovação da triagem da Covid-19 mais rigorosa para várias atividades”, disse Hinds.
A partir de hoje (24), os funcionários alemães devem apresentar um teste negativo para o coronavírus e sua carteira de vacinação para irem ao trabalho. Se eles não puderem trabalhar em casa, eles podem não ser pagos.
E, a partir do próximo sábado (27), a capital Berlim proibirá residentes não vacinados de irem a hotéis, restaurantes, bares e lojas, com exceção de mercados e farmácias.
O setor de manufatura na Alemanha também permanece sob pressão, já que os problemas da cadeia de suprimentos continuam afetando as montadoras e outros produtores.
A França também pode anunciar novas restrições depois de ter relatado mais de 30 mil novas infecções ontem (23), nível mais alto desde agosto. Autoridades do governo devem discutir novas medidas hoje.
Além dos casos de coronavírus, a Europa está lidando com os efeitos de uma desaceleração econômica na China, além do aumento da inflação e uma crise no fornecimento de energia que pode aumentar os custos das empresas e, consequentemente, tornar mais caro o aquecimento das casas neste inverno. Isso poderia prejudicar os gastos do consumidor de forma mais ampla.
O economista europeu do Bank of America disse que alguns elementos positivos da recuperação ainda estão acontecendo. O excesso de poupança acumulado no início da pandemia, por exemplo, está ajudando a mitigar os efeitos prejudiciais da inflação sobre a renda das pessoas.
“Ainda há forças de reabertura ajudando o crescimento no curto prazo”, disse ele.