ANÁLISE: TOCA DE TUDO NA HORA CERTA

Eu penso que quem estuda ou faz rádio, deve, sim, escutar e acompanhar o maior número possível de emissoras para aprender, observar, avaliar, ou, simplesmente, para criar insights específicos com base na experiência de ouvir uma novidade ou “mais do mesmo”. Eu sei que não é fácil parar para ouvir rádios, mas, ouça em movimento. É o que tenho buscado fazer, mesmo nessa correria da vida adulta. Ouvir rádio até ajuda a relaxar.

A MOOD FM foi uma dessas rádios que selecionei para ouvir ao longo dos últimos 5 anos. Eu digo foi porque, infelizmente, ela encerra as atividades em 91,1 MHz no dia 30 de maio de 2024. Os microfones foram desligados na sexta-feira (10), quando os profissionais se reuniram para se despedir da audiência. Para mim, foi um misto de emoção e tristeza. A programação musical, no entanto, segue até o fim do mês. E a frequência volta para o grupo Band a partir de junho.

Por 5 anos, a emissora seguiu no segmento jovem/adulto/pop, com uma proposta realmente diferente, apostando em “música para cada momento”. A programação que incluía hits nacionais e internacionais, anunciados por vozes cuja principal característica era o sotaque regional (carioca), que a meu ver ajudava ainda mais a gerar e fortalecer a identidade da rádio, principalmente junto à população do Rio de Janeiro, de onde a emissora irradiava.

Como a Rádio MOOD, em relação a segmentação e identidade definida, eu poderia citar outras rádios que também investem nesse sentido, como, por exemplo, a Jovem Pan, Band News, Alpha FM, Antena 1, Beach Park FM, Brahma FM, Rádio Sabiá… São perceptíveis as características de cada uma, independente de como elas pontuam, ou não, no Ibope – neste artigo, não estou entrando nesse mérito para avaliar audiência.

Considerando que o processo de segmentação passa por várias escolhas, desde o repertório, formato de programa, tipo de locução e plástica, por exemplo, a MOOD FM foi, como poucas, um exemplo de como fazer uma rádio cuja identidade seja rapidamente notada pelo público. Isso se deu, logicamente, pela soma das escolhas feitas, mas, sobretudo, pela linguagem adotada para a comunicação da estação com sua audiência no dial e no digital.

Embora a coordenação da MOOD tenha definido o que tocar na programação, como convém fazer numa emissora comercial que queira operar com profissionalismo, a abertura para a ‘música urbana’ de artistas independentes também foi um diferencial que ajudou ainda mais a fortalecer a marca, sobretudo por parte do mercado que trabalha com gerenciamento de carreira, que além de investir no digital, investe na divulgação e no consumo de música pelo dial.

A MOOD FM, sem dúvidas, vai fazer falta. Como seria bom se o mercado continuasse investindo para que ela, pelo menos, continuasse no ar pela internet, como acontece com a POOL, de São Paulo.

Conforme o site Tudo Rádio, em 2019 a MOOD FM iniciou suas operações em 104,5 MHz e em fevereiro de 2021 deixou essa frequência e fez um acordo com o Grupo Bandeirante, do Rio de Janeiro, para utilizar a frequência 91,1 MHz, da qual ela se despede. #Opinião #Mídia

Texto publicado originalmente pelo IV PODER, no Orelo

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